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Phelps, eu vi

Entre as coisas que eu direi para meus filhos e netos se algum dia eles se interessarem por esportes, é que eu vi Michael Phelps. Seus números sempre parecerão impressionantes e a quem me perguntar, confirmarei que ele era um fenômeno.

Não vi Michael Phelps com 15 anos em Sidney, porque ninguém sabia quem era garoto que bateu em quinto lugar nos 200 metros borboleta.

Mas eu vi ele em 2004, quando entrou nos jogos de Atenas com o objetivo de conquistar oito medalhas de ouro e todos nos perguntávamos quem era aquele louco com esse objetivo insano, que o fazia até parecer um pouco babaca e quando ele deixou a competição com seis medalhas de ouro, de certa forma pareceu um fracasso.

Também o vi em 2008, quando finalmente conquistou as oito medalhas de ouro. Vi todas as provas e aí já era impossível não admirar a obstinação desse cara e os lugares de onde ele tirou força para conseguir cumprir seu objetivo.

Vi Phelps em 2012, com ares mais humanos sendo incrivelmente derrotado quando todos nós pensávamos que ele jamais chegaria atrás de alguém. Vi Phelps sem fôlego nos 400 medley e parecendo humano como jamais fora.

Soube de Phelps se aposentado como o maior atleta de todos os tempos. Que foi pego fumando maconha em uma festa, exagerou na bebida. Ele voltou a nadar e soubemos depois que ele estava em depressão, que pensou em se matar e não via mais sentido na vida. Ele voltou a nadar para sobreviver e voltou as Olimpíadas.

Vi Phelps praticamente dar a vitória para os Estados Unidos no revezamento. Vi Phelps recuperar o título dos 200 borboleta e chegar ao final quase sem folego. Ampliar uma história que já era impressionante.

Vou dizer que vi Phelps, assim como alguém que diz que viu um extraterrestre.

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