Pular para o conteúdo principal

Lembranças de um ano da Copa

Há um ano atrás eu confessor que fui dormir ansioso. O dia seguinte, 12 de junho, era o Dia dos Namorados, mas era o dia em que começava a Copa do Mundo. Poucas coisas no mundo podem ser mais legais do que uma Copa do Mundo. Menos ainda quando a Copa do Mundo é no seu país e sua cidade será sede dos jogos.

É difícil explicar a excitação por assistir Camarões x México em uma tarde de sexta-feira e constatar que foi um jogo muito legal. Acompanhar as notícias sobre os jogos, os jogadores, o extra-campo. A ansiedade com o início da transmissão direto do estádio, os jogadores subindo para o aquecimento. A preparação para a entrada final, os jogadores no túnel. A música da FIFA, a entrada no gramado, os jogadores perfilados e o hino nacional. O hino nacional é um momento sublime da Copa do Mundo e vê-los cantados por seus torcedores é sensacional. As escalações, o apito inicial.

Lembranças daquele 12 de junho, o gol contra do Marcelo, o pênalti fajuto sobre o Fred, mostrando que as coisas não iriam dar certo. Lembranças daquele 12 de junho, que começou quando eu fui a academia de manhã e passei por chilenos alucinados buzinando seus carros e balançando suas bandeiras pela avenida Fernando Corrêa. Confesso que sorri para elas, admirando sua aventura. Lembranças de uma Cuiabá tomada por chilenos e depois por colombianos. Mesmo da presença dos australianos, japoneses e russos (Shakira e Wolverine realmente estiveram por aqui?).

Jogos, jogos, jogos. Nada em uma copa é mais importante do que os jogos. Mas a vivência do torneio em sua casa fez com que a competição tivesse sido ainda mais especial. Conversar com um colombiano aleatório no estádio e informá-lo que a Grécia havia vencido o outro jogo e parabenizá-lo pelo golaço de James Rodríguez, que eu vi diretamente com meus próprios olhos, assim como vi Mondragón entrando em campo. Tirar uma foto com esse colombiano que nunca mais verei.

O gol de Van Persie, os gols da França contra a Suíça, aquela batalha entre Alemanha e Argélia, entre Bélgica e Estados Unidos, o 7x1, até o melancólico apito final. A Final é o grande momento do torneio, mas também o mais triste.

Um ano de uma experiência tão intensa, inacreditável como o tempo passa rápido. A boa notícia é que agora faltam apenas três, até a próxima Copa na Rússia. Mas nunca mais haverá uma Copa igual a última.

Comentários

Postagens mais visitadas

O Uruguai de Pepe Mujica

Nos últimos tempos, José “Pepe” Mujica se transformou em um ícone mundial. Simpático, carismático, com boas ideias e discursos bons e bonitos, Mujica parece ser aquele avô que todos nós gostaríamos de ter, o professor que queríamos ter encontrado em algum momento, uma pessoa com quem poderíamos tomar um café e filosofar sobre a vida. Acontece que este alguém está na presidência de um país, o pequeno Uruguai, o que dá projeção mundial as suas falas. Aconteceu no épico discurso feito na ONU. Enquanto todos discutiam questões chatas, Mujica perguntava, afinal, o que queremos da vida? Mujica é um presidente incomum. Para começar, é assumidamente ateu. Não se veste com a pompa e circunstância que qualquer auxiliar de vereador tem. Utiliza suas botas velhas e seu casaco surrado. Dispensou a residência oficial dos presidente para continuar morando em sua chácara nos arredores de Montevideo ao lado de sua mulher e de uma cadela manca, enlouquecendo os seguranças. Pepe dispensa protocolos e

Copa 2014: Grupos C e D, 3ª Rodada

Itália 0x1 Uruguai A tradição diria que não se pode esperar muitos gols de um jogo entre Itália e Uruguai, principalmente quando esse jogo é decisivo para o futuro das duas seleções. Uma vitória daria uma sobrevida para os campeões mundiais, uma derrota decretaria a eliminação na primeira fase, um fracasso retumbante. O jogo foi tenso, pegado, com a Itália um pouco mais consistente, mas com o Uruguai criando as principais chances do jogo. A Itália pecou por uma dupla de ataque nula, Balotelli foi embora, mas Immobile, Cassano e quem mais estrou na frente não fez nada. O Uruguai carece de inteligência no meio de campo e tenta compensar com a raça. Marchisio foi expulso por uma tolice, Suárez deveria ter sido por uma surreal mordida - não foi, mas com certeza não vai mais jogar nessa Copa. O jogo foi decidido em uma bola parada, quando Godín, zagueiro espetacular e decisivo, marcou de nuca, deixando o fantasma de 1950 vivo na copa. Melhor jogador: Diego Godín. Costa Rica 0x0 Inglater

Usain Bolt

Usain Bolt é provavelmente o maior atletas de todos os tempos. Atleta eu digo entre aqueles que praticam o atletismo, sem um sentido amplo que englobe os praticantes de qualquer modalidade esportiva. Mas, eu não estaria exagerando se falasse que nunca existiu um esportista como ele. Bolt conseguiu transformar as provas de 100 metros em um acontecimento ainda mais especial. A prova mais rápida do mundo, que define o homem mais rápido do mundo, sempre foi charmosa, o momento máximo do atletismo. Parávamos para ver aquela disputa de dez segundo em que tudo poderia acontecer. Hoje, nós paramos para ver Bolt correr. Para ver Bolt correr durante menos de dez segundo em que sabemos que ele vai vencer, não importa o que aconteça. Pense em quantos esportistas nos motivávamos a ver um jogo apenas por ele. Pelé, Messi, Michael Jordan, Roger Federer, são poucos, que geralmente dominam esportes mais artísticos, que combinam força física, inteligência tática e habilidade extrema. Bolt faz isso e