Pular para o conteúdo principal

Andei Escutando (36)

Beirut – The Rip Tide (2011): O último disco de Beirut é, por assim dizer, mais convencional. The Rip Tide tem instrumentos mais convencionais, piano, violão. O grupo soa como uma boa banda que sabe utilizar bem os metais, mas não tem o charme épico dos dois primeiros trabalhos.
Melhores: East Harlen e Port of Call.

Ben Folds Five (1995): Com um clima de festa esvaziada, esse deve ser o melhor disco do Ben Folds. Bem descontraído, bem humorado.
Melhores: Underground e Philosophy.

Bob Dylan – Empire Burlesque (1985): Sim, é difícil imaginar que qualquer um fosse capaz de lançar um disco bom em 1985. Mas, os anos 80 foram cruéis até demais com Dylan. Ele se mostra perdido entre tentar ser o mesmo de sempre e a tentativa de abraçar uma nova época. O instrumental é simplesmente pavoroso.
Melhores: I’ll Remember You e Emotionally Yours.

Girls – Father, Son, Holy Ghost (2011): Esse disco já transforma o Girls em minha nova banda favorita. Rock alternativo com melodias ensolaradas, letras depressivas. Um disco bom do começo até o fim.
Melhores: Vomit e Die.

Graham Coxon – The Sky is too High (1998): Parece um disco gravado no banheiro da casa de Coxon. Não dá pra saber se alguma música realmente é boa ou não.
Melhores: I Wish e That’s All I Wanna Do.

The Band – Islands (1977): Cada disco da The Band é um pouco pior do que o anterior. Não é o caso deste. Ele é muito pior do que qualquer coisa que a The Band tenha gravado antes.
Melhores: Right as Rain e The Saga of Pepote Rouge.

The Black Crowes – Ther Southern Harmony and Musical Companion (1992): Uma história clássica. A banda grava um primeiro disco espetacular e encara o desafio do seu segundo trabalho. Sem a mesma inspiração, acaba apelando para um monte de clichês, exagera na produção e lança um disco redondinho, mas sem emoção nenhuma. O Black Crowes é o pai do Jet (até na coincidência de ter dois irmãos).
Melhores: Bad Lucky Blue Eyes Goodbye e Sting Me.

The Boo Radleys – Wake Up! (1998): Essas bandas meio experimentais do Britpop têm dois lados. Sim, eles fazem algumas canções espetaculares com melodias que valeriam férias nas Bahamas. Mas, quando eles fazem músicas ruins, ah, ai eles se superam.
Melhores: Reaching out From Here e Stuck on Amber.

The Brian Jonestown Massacre (1997): Se não fosse por umas oito músicas extremamente tediosas, seria um disco bom. O disco tem 13 números.
Melhores: Not If You Were the Last Dandy on World e Super-Sonic.

Van Morrison – Moondance (1970): Van Morrison me surpreendeu, não achava que seu disco seria bom. Mas é um disco interessante, mesmo com algumas flautas em profusão.
Melhores: Into the Mystic e And It Stoned Me.

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab

Fã de Esporte

A vida no começo de 2005 era um pouco estranha. Eu tinha saído do colégio e passado no vestibular para jornalismo. Mas, devido ao atraso de programação provocado pelas greves, as aulas iriam começar só no final de abril. Foram quatro meses de um pequeno vácuo existencial. Talvez fosse até bom tirar um período sabático após o fim do Ensino Médio, mas seria melhor se fosse algo programado, enfim. Nesse período, boa parte da minha vida se dedicava a acompanhar a programação da ESPN Brasil. Não que eu já não acompanhasse antes, o Linha de Passe da segunda-feira era um compromisso de agenda há algum tempo, assim como o Sportscenter no fim do dia, principalmente nos dias de rodada noturna na quarta-feira. Eram tempos que a internet ainda engatinhava e o Sportscenter era uma grande oportunidade de saber os resultados da rodada. Aquela ESPN de José Trajano moldou o caráter de uma geração de jornalistas e fãs de esporte, como eles passaram a chamar seus telespectadores. Sempre gerava ironias de