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O Ouro de Zanetti

Quando Artur Zanetti foi impulsionado para alcançar as argolas, respirou e começou a sua série, ele só pensava no que teria que fazer. Pode ter pensado na sua vida, no seu esforço pessoal, em tudo o que ele fez na vida. Mas, ele estava concentrado apenas no que teria que fazer.

Zanetti era o atual vice-campeão mundial da prova, mas as pessoas não sabiam disso. Ele brigava por uma medalha, mas a grande maioria das pessoas nem imaginava. Zanetti não tinha sobre ele a pressão que colocaram sobre os irmãos Hypólitho, Daiane dos Santos e tantos os outros.

Quando Zanetti segurou nas argolas, a televisão não estava na sua casa, mostrando os familiares com camisetas com sua foto estampada. Ele não era a esperança do Brasil, a medalha desejada, a medalha certa. Era apenas ele, ele e o seu trabalho. Como não tinha a possibilidade do fracasso, foi tranquilo para o ouro.

Agora, pobre Zanetti. Se antes não tinha apoio algum, treinando em aparelhos feitos pelo pai, irá virar uma estrela. Ao chegar no Brasil, receberá propostas de patrocínio de fabricantes de carro, de geladeira, bancos, frigoríficos. Irá dar entrevista no Jô Soares e no Faustão. Irá chegar ao Rio em 2016 como a esperança nacional, o ídolo nacional, o ouro certo. Irá chegar ao Rio em 2016 sem poder segurar nas argolas concentrado apenas no seu trabalho.

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