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Andei Escutando (16)

Albert Hammond, Jr. – Yours to Keep (2006): O guitarrista dos Strokes não tem hábito de compor para a sua banda. Estranho, porque seu primeiro disco solo tem um estilo parecido com os Strokes. Um pouco mais tranquilo, uma audição fácil e descompromissada. Único problema é o excesso de efeitos na sua voz, que não é lá grande coisa.
Melhores: In Transit e Blue Skies.

Elliott Smith – Figure 8 (2000): Mais um disco que mostra a evolução sonora de Smith. No começo, suas gravações eram bem simples, apenas voz/violão. Aqui ele já mostra o uso de vários instrumentos e overdubs. O som é o característico seu: uma melancolia meio eufórica. O último disco lançado por ele, antes de cometer suicídio.
Melhores: L.A. e Happiness

Pulp – We Love Life (2001): Como todo disco do Pulp, é meio excêntrico. Temas excêntricos, vocais excêntricos. A única diferença é uma presença maior de violões, onde normalmente se notava um violino elétrico.
Melhores: Bad Cover Version e The Birds in Your Garden.

The Black Keys – Thickfreakness (2003): A banda (um duo) mais legal que escutei recentemente. Porque eu gosto muito do estilo blues rock. A comparação mais fácil é com os White Stripes, mas eles são... por assim dizer, mais equilibrados. E mais bluezeiros também.
Melhores: Hard Row e Midnight in Her Eyes.

The Jimi Hendrix – Are You Experienced? (1967): O primeiro e melhor disco de Hendrix. Um barulho fluente, animado. As guitarras não abusam tanto dos efeitos sonoros, mas soam bem e completam as músicas.
Melhores: Foxy Lady e Purple Haze.

The Pretenders (1980): Um misto de melodias legais, com uma produção cafona que marcaria a próxima década.
Melhores: Brass In Pocket e Kid.

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Aonde quer que eu vá

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