Pular para o conteúdo principal

Pattie Boyd

Pattie Boyd
O romance envolvendo George Harrison, Pattie Boyd e Eric Clapton é um dos mais conhecidos triângulos amorosos da história. Sempre achei o caso interessante. A princípio, a visão que nós temos é bem simplista. Pattie trocou o sensível George Harrison, aquele que lhe cantou a sentimental Something na cozinha, pelo intempestivo Eric, aquele que a mostrou a passional Layla na sala. E se há uma mulher irresistível neste mundo, esta mulher é Pattie Boyd.

Só que o trio Boyd-Harrison-Clapton é apenas a parte mais famosa de uma série de relações amorosas e traições, que envolveram metade do rock britânico da época. E o que eu acho incrível, é que todos continuaram convivendo ao longo dos anos.

George Harrison
Pattie Boyd era uma modelo que fazia figuração em um vagão de trem durante a gravação de uma cena de A Hard Day’s Night, o primeiro filme dos Beatles. George era justamente um Beatle. Eric Clapton era o deus da guitarra e converteu vários fãs em suas inúmeras bandas.

George e Pattie se conheceram nesta cena do vagão e George logo perguntou: “você quer se casar comigo?”. Dois anos depois, eles estavam juntos e felizes para sempre. Além de Something, Harrison fez I Need You, inocente, porém sincera declaração de amor.

Eric Clapton
De acordo com Boyd, as coisas começaram a mudar depois que todos foram para a Índia. George voltou de lá obcecado por meditação e passou a dar menos atenção para sua mulher. É aí que Eric Clapton aparece na história, como um Chorão em Papo Reto.

Eric tocou guitarra em Whily My Guitar Gently de Weeps dos Beatles, enquanto que Harrison compôs Badge, último sucesso do Cream, a então banda de Clapton. No final dos anos 60 os dois conversavam muito, talvez fossem melhores amigos.

Tão logo se conheceram, Eric começou a cortejar Pattie Boyd. Depois, ele começou a namorar Paula Boyd, a irmã de Pattie porque, ela era digamos, a segunda melhor coisa do mundo para ele. Mesmo assim, Eric continuou procurando por Pattie, porque não conseguia pensar em outra coisa, mesmo estando com sua irmã e outras namoradas.
Paula Boyd

Os dois só se entregaram a paixão no momento em que Clapton mostrou Layla para ela. Neste mesmo dia, George flagrou os dois juntos em uma festa. Clapton falou “estou apaixonado por sua mulher”, os dois discutiram no quintal, mas todos voltaram para suas casas.

Ai vem um ponto estranho. Mesmo depois disso, Eric Clapton participou do disco All Thigs Must Pass de George, Eric Clapton foi convidado para tocar no Concert para Bangladesh de George, Eric Clapton tocou em outros shows com George e nesses shows, Eric Clapton tocou Layla, a música em que ele se declarava para a mulher de George.
Krissie Wood

Pattie não voltou a ceder para os apelos de Clapton e ele sumiu no mundo, se afundando na cocaína. Ficaram três anos sem se ver, se comunicando por cartas esporádicas. Neste tempo, Paula Boyd descobriu a verdade sobre os dois e foi embora.

Pois bem, neste momento podemos pensar em Eric Clapton como um desumano amigo da onça, enquanto que George Harrison é um pobre corno manso. Mas as coisas não eram assim. George também aprontava e isso contribuiu para que Pattie o deixasse.

Ronnie Wood
Em algum dia de 1971, George foi para a Espanha com Krissie, a mulher de Ronnie Wood, guitarrista do Faces e futuro Rolling Stone. Ao mesmo tempo, Pattie e Paula Boyd foram para as Bahamas. Wood acabou indo para as Bahamas e pegou alguma das irmãs, talvez as duas. Depois disso, George tocou no primeiro disco solo de Ronnie.

George também manteve um caso com Maureen Starr, a mulher de Ringo Starr, seu principal amigo dentro dos Beatles, escreveram juntos Photograph, maior sucesso da carreira de Ringo. Quando George morreu, Ringo ainda escreveu a tocante Never Without You (Com Eric Clapton nas Guitarras). Grande cara esse Ringo.

Maureen Cox
Certo dia, George se trancou dentro do quarto com Maureen Starr, enquanto Pattie escutava tudo do lado de fora e esmurrava a porta. “Na minha cama”, deve ter pensado. Os dois ainda saíram do quarto rindo e Boyd avisou Ringo, que ficou furioso. Alguém se divorciou depois disso? Não.

Ringo Starr
Em 1974, George confessou para Ringo que estava apaixonado por Maureen e que se divorciaria de Pattie. Ringo foi embora, chorando e dizendo “isso não pode ser verdade”. Agora Ringo é que é o pobre coitado da história, o novo corno manso? Absolutamente não. Ele também mantinha vários casos extraconjugais que contribuíram para o fim do seu casamento, um ano depois.

Foi Pattie que resolvei ir embora, resistindo aos últimos apelos de George. Foi viver um tórrido e alcoólico romance com Eric Clapton. Casaram-se em 1979 e se divorciaram 10 anos depois, por conta de – adivinhem – a infidelidade de Eric.

Moral da história: Seria preciso montar um infográfico para entender melhor o quem pegou quem. Não há santo nessa história e sorte do Eric Clapton, que era solteiro e não levou chifre de ninguém.

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab

Fã de Esporte

A vida no começo de 2005 era um pouco estranha. Eu tinha saído do colégio e passado no vestibular para jornalismo. Mas, devido ao atraso de programação provocado pelas greves, as aulas iriam começar só no final de abril. Foram quatro meses de um pequeno vácuo existencial. Talvez fosse até bom tirar um período sabático após o fim do Ensino Médio, mas seria melhor se fosse algo programado, enfim. Nesse período, boa parte da minha vida se dedicava a acompanhar a programação da ESPN Brasil. Não que eu já não acompanhasse antes, o Linha de Passe da segunda-feira era um compromisso de agenda há algum tempo, assim como o Sportscenter no fim do dia, principalmente nos dias de rodada noturna na quarta-feira. Eram tempos que a internet ainda engatinhava e o Sportscenter era uma grande oportunidade de saber os resultados da rodada. Aquela ESPN de José Trajano moldou o caráter de uma geração de jornalistas e fãs de esporte, como eles passaram a chamar seus telespectadores. Sempre gerava ironias de