Pular para o conteúdo principal

No advento do fim

“Eram 18 horas e vinte e poucos minutos de uma sexta-feira em que poderia ou não chover, 28 de agosto. Foi nesse momento em que eu soube que o Oasis acabou.”

Assim eu pretendia começar a escrever o que seria o então segundo texto deste blog. Que não foi para frente, não tinha idéia. Quando o Oasis acabou, era a minha banda preferida na atualidade. Mas eu já imaginava que o grupo estava acabando. Não digo que me surpreendi. Não tinha o que falar.

Mas, agora acabaram os White Stripes. Soube disso há uns 10 minutos. Um conjunto que parecia ser daqueles que nunca acabariam, afinal, eram só dois. Ex-marido e mulher. Um que faz barulho na guitarra e a outra que dá uma paulada na bateria. Um grupo espontâneo, que não dá a idéia de sofrer no processo de composição. Ok, eu sei, o grupo não fazia nada junto há 2 anos. Mas parecia ser uma pausa para que Jack White se dedicasse aos seus projetos paralelos, incluindo o horrível Dead Wheater.

Lembro-me quando escutei Elephant em 2003. Foi o disco que me abriu para o som dos anos 2000, me mostrou que havia música nessa época. Escutei o disco muito. O riff marcante de Seven Nation Army, o barulho enlouquecedor de Black Math, a beleza de You’ve got her in your pocket o blues. Os White Stripes foram o conjunto que marcaram minha adolescência, por ser um conjunto da minha adolescência. Escutei mais Oasis e Beatles, mas eles eram da adolescência dos outros.

Talvez, seja cansativo se vestir de vermelho, branco e preto durante tanto tempo. Com o fim dos Stripes, minha adolescência morre um pouco.

Comentários

Postagens mais visitadas

O Território Sagrado de Gilberto Gil

Gilberto Gil talvez não saiba ou, quem sabe saiba, mas não tenha plena certeza, mas o fato é que ele criou a melhor música jamais feita para abrir um show. Claro que estou falando de Palco, música lançada no álbum Luar, de 1981 e que, desde então, invariavelmente abre suas apresentações. A escolha não poderia ser diferente agora que Gil percorre o país com sua última turnê, chamada "Tempo Rei" e que neste último sabado, 7 de junho, pousou na Arena Mané Garrincha, em Brasília.  "Subo neste palco, minha alma cheira a talco, feito bumbum de bebê". São os versos que renovam os votos de Gil com sua arte e sua apresentação. Sua alma e fé na música renascem sempre que ele sobe no palco. "Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar, fogo eterno pra  consumir o inferno fora daqui". O inferno fora do palco, que é o seu território sagrado. Território define bem o espetáculo de Gil. Uma jornada por todos os seus territórios, da Bahia ao exílio do Rio de Janeir...

Wilco de 1 a 13

No próximo domingo o Wilco retorna ao Brasil para a sua terceira passagem em solo nacional (a primeira vez que irei assistir). Uma oportunidade para resgatar a discografia deste grupo que conheci em 2004 e pouco depois se tornou uma obsessão pessoal. 1. AM (1995) O Wilco nasce das cinzas do Uncle Tupelo, aclamado grupo da cena country alternativa norte-americana. O nascimento foi meio traumático, já que o Uncle Tupelo acabou no momento em que Jay Farrar avisou que odiava Jeff Tweedy. Bem, os outros membros do Uncle Tupelo ficaram com Tweedy para formar o Wilco, então o problema devia ser Jay Farrar. O primeiro disco do Wilco segue caminhando exatamente no mesmo caminho onde estava o grupo anterior, um Country Rock moderno com um pouco de PowerPop setentista, bebendo na fonte do Flying Burrito Brothers. Há algumas boas músicas como I Must Be High , Box Full of Letters e Passenger Side , mas o resultado não impressionou nem público, nem crítica. Tivesse o Wilco se desintegrado após este...

Melhores tenistas sub-18 desde 2000

O título do brasileiro João Fonseca no ATP Next Gen disputado na última semana cria expectativas de que talvez estejamos diante de um fenômeno. De fato, João tem números muito bons para um rapaz de 18 anos e, mais do que o título, termina 2024 como o melhor tenista sub-18 do ranking da ATP. Sim, no torneio disputado na Arábia Saudita ele era o caçula da lista. Para tentar entender o que isso pode representar, fiz uma busca sobre os melhores tenistas de até 18 anos no último ranking da ATP em cada ano do século atual (O ano 2000 entra de lambuja). Vamos a lista. 2000: Guillermo Coria era número 88. O argentino chegou a ser número 3 do mundo e conquistou 9 títulos na carreira. Foi finalista de Roland Garros em 2004 e venceu dois Masters 1000. 2001: Carlos Cuadrado era número 280. O espanhol chegou no máximo ao número 222 do ranking, com apenas 8 jogos entre os profissionais. 2002: Mario Ancic era número 89. O croata chegou a ser número 7 do mundo. Ganhou três títulos na carreira, todos e...