Pular para o conteúdo principal

Andei Escutando

Ben Harper – White Lies for Dark Times: Por mais que eu tente, imagino que jamais irei gostar do Harper. O disco tem até boas músicas como Number with no name e Skin Thin, e não faz mal. Mas não consegue prender minha atenção. Não é o meu estilo.

Brendan Benson – My Old Familiar Friends: Esse disco, apesar de bom, não terá a capacidade de aumentar a polêmica entre os fãs sobre qual disco de Brendan Benson é melhor. My Old Familiar Friends passa longe do anterior Alternative To Love e também de Lapalco. Mas tem boas músicas, com destaque para You Make a Fool Out on Me, Don’t wanna talk e Misery.

Jesse Malin – The Fine Art of Self Destruction: O nome do disco é genial, convenhamos. “A fina arte da auto destruição”. A música título também é interessante. Assim com um outro par de canções deste disco. (Brooklyn e Queen of the Underworld). O grande problema do disco é a voz do Malin. Sua voz não tem potência e carisma suficiente para encorajar o ouvinte a escutar mais de uma vez o seu disco. Há ainda a tentativa de grito gutural em Solitaire, que é constrangedora.

Jet – Shaka Rock: Este disco é uma prova de que o mundo sempre pode piorar. O Jet conseguiu fazer um disco lastimável. O rock de arena alternado quase simetricamente com baladas foi substituído por um punk/pop/emo raso e cretino. As letras são tão ruins quanto as músicas. Beat on Repeat, Let me out, Times like this. A cada momento o disco parece ficar pior. Os bons momentos são poucos. Black Hearts on fire, La Di Da (apesar do nome ridículo) e Don’t Break me Down, a melhor do disco que inexplicavelmente foi lançada apenas como bônus. Parece que foi a intensão deles lançar algo tão ruim.

MC5 – Kick out the Jams: Um disco nervoso e raivoso. A faixa título é aberta com um grito de “Kick ou the Jams, motherfucker!” que nada é além de um pedido pelo fim dos improvisos instrumentais. Ah, o disco é gravado ao vivo, com direitos a desafinadas e som de qualidade baixa. Por isso é considerado um embrião do punk rock.

Morning Runner – Wilderness is Paradise Now: Este é o primeiro, único e ultimo disco dessa banda inglesa. Durante a gravação do segundo disco eles estavam sendo pressionados pela gravadora para serem mais comerciais e resolveram acabar. O som lembra em muito o Starsailor, de rocks calmos com a presença do piano. Só que as músicas tem uma melancolia paranóica bem mais aparente, aquela que só um insone pode ter. Veja os clipes de Burning Benches e The Great Escape e entenda. E ah sim, o disco e ótimo.

Ok Go – Ok Go: Nos melhores momentos lembra um possível projeto paralelo de Damon Albarn do Blur (Leia-se You’re so Damm Hot e 1000 Miles per hour”. Nos piores (leia-se: C-C-C-Cinamon Lips e There’s a Fire) lembra qualquer uma dessas bandas de revival do pós punk dos anos 80.

The Band – The Band: A banda de nome menos criativo da história lança um disco com o mesmo nome. Mas é um bom disco, não melhor que Music from Big Pink, o primeiro, até porque as composições de Bob Dylan fazem falta nesse segundo.

The Replacements – Let it Be: Dizem que este é o disco de transição da banda entre o punk e o powerpop. E esses costumam ser os melhores discos de tais bandas, desde que você goste dos estilos transpostos. Há melodias bacanas com I Will Dare e Sixteen Blues. E punks raivosos (We’re Coming Out e Tommy Gets His Tonsills Out). Sinta-se meio enganado se você baixou o disco esperando um novo Big Star ou Dead Kennedys.

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab

Fã de Esporte

A vida no começo de 2005 era um pouco estranha. Eu tinha saído do colégio e passado no vestibular para jornalismo. Mas, devido ao atraso de programação provocado pelas greves, as aulas iriam começar só no final de abril. Foram quatro meses de um pequeno vácuo existencial. Talvez fosse até bom tirar um período sabático após o fim do Ensino Médio, mas seria melhor se fosse algo programado, enfim. Nesse período, boa parte da minha vida se dedicava a acompanhar a programação da ESPN Brasil. Não que eu já não acompanhasse antes, o Linha de Passe da segunda-feira era um compromisso de agenda há algum tempo, assim como o Sportscenter no fim do dia, principalmente nos dias de rodada noturna na quarta-feira. Eram tempos que a internet ainda engatinhava e o Sportscenter era uma grande oportunidade de saber os resultados da rodada. Aquela ESPN de José Trajano moldou o caráter de uma geração de jornalistas e fãs de esporte, como eles passaram a chamar seus telespectadores. Sempre gerava ironias de