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O Pan para quem merece

Os jogos Pan Americanos não são uma grande competição mundial. Por mais que por vezes a mídia tente dizer o contrário, o torneio reúne pouquíssimos atletas de nível mundial. Os Estados Unidos enviam poucos grandes atletas, o Canadá caprichou nesta edição por estar disputando em casa, Cuba envia seus principais atletas mas está em um momento decadente. Sobre o Brasil com vários dos seus melhores atletas contra outros países inexpressivos.

A imprensa parece que já está aprendendo a colocar o Pan em seu devido lugar, apesar de ainda dar um destaque maior do que o esperado para a competição. Os cartolas não. Comemoram as 40 e tantas medalhas como o símbolo do Brasil Olímpico, por mais que tenhamos apenas meia dúzia de esportes que realizem um bom trabalho, ou pelo menos um trabalho na formação de atletas - poderia ser tema de outro post.

Mas, pouco importa o que dizem os cartolas. O Pan vale pelos atletas. Tantos ali que vivem sua vida por isso, sem nenhuma grande remuneração financeira. São abnegados, dedicados, que sofrem muito para chegar aonde estão. Para eles, uma medalha, seja lá qual for, deve ser um motivo de orgulho danado. Fazer parte de uma competição, defender seu país em um torneio, viver no meio de tantos atletas de tantas nacionalidades, deve ser uma coisa muito doida.

As glorias do Pan àqueles que a merecem. Os atletas, e mais ninguém.

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