Pular para o conteúdo principal

Andei Escutando (23)

Band of Skulls – Baby Darling Doll Face Honey (2009): Muitas bandas fazem músicas perfeitas que não tem nenhuma emoção. Não é o caso desse grupo, que tem um par de canções fracas, mas que transpiram energia e vibração. O resultado acaba sendo positivo, com canções que grudam na cabeça.
Melhores: Fires e Death by Diamond and Pearls.

Love (1966): O disco de estréia do Love é algo na linha do folk/rock dos Byrds. Bem longe de Forever Changes e seus arranjos de cordas, instrumentos de sopro, música cigana, fanfarras e o que mais a mente humana conseguir imaginar.
Melhores: My flash on you e Colored Balls Falling.

Pernice Brothers – Yours, Mine & Ours (2003): Um disco simpático, com uma audição agradável, meio melancólico, mas que não se destaca.
Melhores: Waiting for the Universe e The Weakest shade of Blue.

R.E.M. – Reckoning (1984): O R.E.M. nunca fez muito a minha cabeça, apesar de ter bons discos. Só continuo achando interessante que a melhor banda dos anos 80 tenha lançado seu melhor disco em 1992. Isso diz muito sobre os anos 80.
Melhores: Time After Time e Câmera.

Ride – Going Blank Again (1992): Um disco com menos barulho e mais melodia. Imagino que os críticos devam ter odiado. E até entendo que eles possam ter traído o estilo, mas pelo menos conquistaram os ouvidos.
Melhores: Twisterella e Cool your boots.

Super Furry Animals – Fuzzy Logic (1996): Até agora é o melhor dos discos que escutei deles. Normalmente os discos do SFA têm grandes músicas que se perdem em um contexto geral de experimentações diversas. Este disco é mais coeso, grandes músicas com grandes refrões.
Melhores: Hometown Unicorn e Something for the weekend.

The Afghan Whigs – 1965 (1998): É um disco menos intenso, que tem bastante influência da Soul Music. Não chega a ter uma música ruim, mas também não tem nenhuma que seja eterna.
Melhores: Citi Solei e Neglekted.

The Black Keys – Attack & Release (2008): Já concluo que eles são incapazes de fazer um disco ruim. Esse disco marca a exata transição dos primeiros discos (mais crus) para Brothers (mais pop). A guitarra e bateria ganham a companhia de outros instrumentos e vocais mais agudos.
Melhores: Strange Times e All you ever wanted.

The Jesus & Mary Chain – Attack & Release (1989): Um disco no meio termo da genialidade de Darklands com a chatice de Honey’s Dead.
Melhores: Head On e Between Planets.

The Psychedelic Sound of the 13th Elevators (1966): É o disco mais louco que escutei na minha vida. Os bons elementos do pop dos anos 60 estão perdidos num ambiente caótico de efeitos sonoros psicodélicos.
Melhores: Reverberation e You’re Gonna Miss Me.

Comentários

Postagens mais visitadas

Fuso Horário

Ela me perguntou sobre o fuso horário, se era diferente do local onde estávamos. Sim, informei que Mato Grosso está uma hora atrasado em relação ao Ceará. Perguntou se sentíamos alguma diferença, tive que falar que não. A pergunta sobre o fuso horário foi o suficiente para uma pequeno comentário sobre como lá no Ceará o sol se põe cedo e nasce cedo. Isso é exatamente ao contrário do Paraná, de onde ela veio, onde o sol se põe muito tarde. Ela demorou para se acostumar com isso. Não é nem seis da tarde e o sol se pôs. Não é nem seis da manhã e o sol já está gritando no topo do céu. Pensei por um instante que esse era um assunto de interesse dela. Que ela estava ali guiando turistas até um restaurante não facilmente acessível em Canoa Quebrada, mas o que ela gosta mesmo é do céu. Do movimento dos corpos, da translação e etc. Talvez ela pudesse pesquisar sobre o assunto, se tivesse o incentivo, ou se tivesse a oportunidade. Não sei. Talvez ela seja feliz na sua função atual. Talvez tenha ...

Ziraldo e viagem sentimental por Ilha Grande

Em janeiro de 1995 pela primeira vez eu saí de férias em família. Já havia viajado outras vezes, mas acho que nunca com esse conceito de férias, de viajar de férias. Há uma diferença entre entrar em um avião para ir passar uns dias na casa dos seus tios e pegar o carro e ir para uma praia. Dormir em um hotel. Foi a primeira vez que eu, conscientemente, dormi em um hotel. Contribui para isso o fato de que, com sete anos, eu havia acabado de terminar a primeira série, o ano em que de fato eu virei um estudante. Então, é provável que pela primeira vez eu entendesse o conceito de férias. Entramos em uma Parati cinza e saímos de Cuiabá eu, meus pais, minha prima e minha avó. Ao mesmo tempo em que essas eram as minhas primeiras férias, elas eram também a última viagem da minha avó. A essa altura ela já estava com um câncer no pâncreas e sem muitas perspectivas de longo prazo. Disso eu não sabia na época. Mas ela morreu cerca de um ano depois, no começo de 1996, após muitas passagens pelo hos...

Dicas para fazer exercícios

Sair de casa e entrar em uma academia não é fácil. O ambiente por vezes é meio opressor com seu som alto, figuras meio excêntricas e outras amedrontadoras. O resultado não aparece fácil. Você muitas vezes se sente o pior dos seres humanos quando compara a sua carga de exercícios com os outros. Minha dica para fazer exercícios em uma academia é simples: leve os seus fones de ouvido, coloque uma música que você goste e contemple o vazio da existência humana. Os fones devem ser confortáveis e é importante que eles não fiquem caindo toda hora. Vou te isolar do ambiente externo, o que é algo importante. A música precisa ser a que você gosta. Não precisa ser uma música animada, agitada ou coisa do tipo. Você precisa gostar. Esses dias malhei escutando Portishead e me senti muito bem. Ninguém recomendaria escutar Portishead na academia, mas se você gostar, não deve se intimidar. A trilogia do Bob Dylan 65-66 também funcionou muito bem. Pode parecer improvável ter um bom treino escutando Desol...