Pular para o conteúdo principal

Andei Escutando (4)

Big Star – Keep an eye on the Sky (2009): Durante algum tempo ensaiei um texto sobre essa coletânea/antologia da maior banda desconhecida da história. Acabei desistindo por enquanto. Vale então a citação. Reúne algumas das melhores faixas da banda com versões alternadas, demos e um cd ao vivo. Indispensável.
Melhores: Blue Moon (demo) e Hot Burrito #2.

Black Rebel Motorcycle Club – Live (2009): O primeiro disco ao vivo oficial da maior banda desconhecida da atualidade. A gravação é meio precária. Alguns bootlegs espalhados pela net são mais interessantes. De qualquer forma, vale o registro.
Melhores: Dirty Old Town (cover dos Pogues) e Mercy.

Queens of the Stone Age – Lullabies to Paralyze (2005): Até a faixa oito tinha tudo para competir pelo posto de melhor disco do Qotsa. Depois disso o disco cai um pouco e fica arrastado demais. No resto, o de sempre. Canções nebulosas, hard rock tocado em um deserto. Mas Nick Olivieri fez falta.
Melhores: Everybody knows that you’re insane e Long Slow Goodbye.

The Beta Band – Heroes to Zeroes (2004): Canções ótimas misturadas com algumas chatices eletrônicas.
Melhores: Assessment e Wonderful.

The La’s (1990): Disco simples em tudo. Estrutura, melodias. Mas muito agradável, um pop bem feito.
Melhores: There she goes (clássica) e Timeless Melody.

The Posies – Frosting on the Beater (1993): Mais um disco da selva do powerpop dos anos 90. Como sempre, não é melhor do que Teenage Fanclub, mas tem seus bons momentos.
Melhores: Definite Door e Flavor of the Month.

The Stone Roses – Second Coming (1994): A música de abertura do disco é sempre a mais importante, porque ela é quem mais te dá vontade de escutar um disco. Portanto, a música de abertura tem que ser muito boa. Uma música com 11 minutos de duração tem que ser muito boa também, para que alguém agüente escutar tudo. Uma música de abertura com 11 minutos de duração precisa ser algo sublime, precisa ser Shine On Your Crazy Diamond. O que não é o caso de Breaking into heaven, que abre o segundo e final disco dos Stone Roses. A rave ficou de lado e o disco é pomposo demais.
Melhores: Love Spread e Tightrope.

Them Crooked Vultures (2009): A união de três virtuoses em uma super banda acabou por dar certo. Talvez esse seja o melhor disco do ano (o que não é algo tão excepcional assim, em 2009). Certo que o disco é muito mais Homme do que Jones ou Ghrol. Mas vale a pena escutar.
Melhores: Caligulove e No One Loves Me & Neither I Do.

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab

Fã de Esporte

A vida no começo de 2005 era um pouco estranha. Eu tinha saído do colégio e passado no vestibular para jornalismo. Mas, devido ao atraso de programação provocado pelas greves, as aulas iriam começar só no final de abril. Foram quatro meses de um pequeno vácuo existencial. Talvez fosse até bom tirar um período sabático após o fim do Ensino Médio, mas seria melhor se fosse algo programado, enfim. Nesse período, boa parte da minha vida se dedicava a acompanhar a programação da ESPN Brasil. Não que eu já não acompanhasse antes, o Linha de Passe da segunda-feira era um compromisso de agenda há algum tempo, assim como o Sportscenter no fim do dia, principalmente nos dias de rodada noturna na quarta-feira. Eram tempos que a internet ainda engatinhava e o Sportscenter era uma grande oportunidade de saber os resultados da rodada. Aquela ESPN de José Trajano moldou o caráter de uma geração de jornalistas e fãs de esporte, como eles passaram a chamar seus telespectadores. Sempre gerava ironias de