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O vai e vem do melhor do mundo

Eu lembro que estava aqui no meu quarto assistindo Lionel Messi marcar seu primeiro gol pelo Barcelona em uma partida contra o Albacete. Um golaço, de cobertura. Lembro que o argentino franzino já era, àquela altura, tratado como um futuro craque, entrava aqui e ali em um ou outro jogo.

Também lembro da primeira vez que eu reparei na existência de Cristiano Ronaldo. Campeonato inglês da temporada 2003-2004, o Arsenal era o atual campeão (invicto) e tinha um time histórico, com um contra golpe mortal e que carregava impressionantes 49 jogos de invencibilidade. Os londrinos perderam para o Manchester United (uma derrota aliás, que derrubou o Arsenal que nunca mais foi o time que era até então), em grande atuação do jovem Rooney, de 19 anos. Mas me lembro que Cristiano Ronaldo chamou minha atenção.

Messi e Cristiano Ronaldo eram os dois jovens brilhantes que apareciam no futebol, ainda dominado por Ronaldinho, Kaká, Shevchenko, em um mundo pós-Zidane, Ronaldo e Figo.

Messi já brilhava na Argentina e Cristiano Ronaldo na Inglaterra, o português um nível acima, até pelos dois anos a mais de idade. Ronaldo fez uma brilhante temporada em 2006-07, mas não se tornou o melhor do mundo graças a grande temporada de Kaká no campeão Milan.

Cristiano Ronaldo se transformou no melhor do mundo na temporada seguinte. Lembro bem de um jogo contra a Roma, em que ele voou de cabeça para fazer um grande gol e o mundo o consagrou: era o melhor do mundo.

Lionel Messi tomou seu posto na temporada seguinte. O Barcelona conquistou a tríplice coroa e o jogo da consagração foi a final da Champions League, também disputada em Roma, onde o argentino também marcou de cabeça e no mesmo gol.

Messi começou uma grande hegemonia de quatro anos. Não adiantava Sneijder fazer um grande 2010, porque quem é que ia dizer que um cara que marcava 50 gols por temporada, tantos decisivos, tantos de tantas formas? Três golaços contra o Zaragoza. Quatro gols no Arsenal. Acabando com o Real Madrid, novo time de Cristiano Ronaldo, em pleno Santiago Bernabeu. Gênio.

Até que naquele momento, ali na reta final da temporada 2012-2013, Messi sofreu uma contusão e começou uma fase terrível. Ok, uma fase terrível em que ele seguia marcando 40 gols por temporada, mas longe da mágica que ele desfilou em anos anteriores.

Enquanto isso, Cristiano Ronaldo seguia sendo uma máquina de gols no Real Madrid. Vocês se lembram quando ele voltou a ser o melhor do mundo? Portugal 3x2 Suécia, jogo das eliminatórias para a Copa do Mundo. Ele marcou os três gols que classificaram os portugueses para a Copa de 2014, mandou o recador de que ele estava ali e era o melhor do mundo.

Seguiu marcando um caminhão de gols. Acabou com o Bayern em Munique. Quebrou recordes na Champions League. Melhor do mundo em 2013 e 2014.

O ano de 2015 começou com um clima estranho no Real Madrid, Cristiano Ronaldo irritadiço, seu time goleado pelo Atlético de Madrid e ele de mal com a torcida. Ao mesmo tempo, Messi começava a recuperar sua forma. Tirou uma diferença de mais de 10 gols na briga pela artilharia do campeonato espanhol (depois reconquistada por CR7) e, mais do que gols, armava o jogo, dava assistências como nunca na vida.

Voltamos a ter uma disputa pelo posto de melhor do mundo. E Messi voltou a sê-lo. Quando? No momento em que ele derrubou Boateng no chão, na semifinal da Champions League. Ele já havia feito o primeiro gol, mas aquele momento foi para consagrar o seu retorno.

Hoje, contra o Atlético de Madrid, novamente dois gols. Novamente uma pintura, carregando quatro jogadores iludidos pelos seus toques curtos. É o melhor do mundo, novamente.

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