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A batalha do livro

Ler um livro é uma batalha.

Ao contrário de outras expressões artísticas populares, a literatura demanda algum tempo da sua vida. Um filme lhe custa duas horas da sua vida, um disco menos de uma. Um livro vai lhe custar alguns dias, mais de um mês às vezes. Vai lhe tomar um tempo da sua vida.

Um filme bom irá te prender por algumas horas após o seu fim, mas a reflexão ainda passa. Uma boa música também, mas nos tempos modernos, você pode carregar ela com você. O bom livro irá lhe custar mais.

No começo, você estuda o seu oponente. Lê com calma, sem saber aonde é que isso vai dar. Em algum momento, é provável que você possa desistir, olhando o longo caminho que ainda irá percorrer. Até que há um estalo. Aquele momento que você entra em um túnel, um estalo que te coloca em concentração total e você passa a ler cada página do livro como se sua vida dependesse disso. E é custoso interromper esse processo, porque há outras coisas que precisam ser feitas. Você passa o dia na expectativa da próxima oportunidade em que poderá continuar lendo o livro.

É o momento em que o livro vence a batalha. Ou, talvez, você é que vença.

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A Copa até aqui

Melhor jogo: Alemanha 4x1 Inglaterra Pior Jogo: Argélia 0x1 Eslovênia Melhor time: Argentina Pior Time: Coréia do Norte Surpresa: Japão Decepção: Itália Seleção da copa: Benaglio (Suíça); Lahm (Alemanha), Godín (Uruguai), Juan (Brasil) e Fucile (Uruguai); Kevin Boateng (Gana) e Bradley (Estados Unidos); Donovan (Estados Unidos), Sneijder (Holanda) e David Villa (Espanha); Diego Forlán (Uruguai). Melhor jogador: Landon Donovan.