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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Sentimentos maternos bovinos

Viaje por qualquer estrada de Mato Grosso e se assuste com a quantidade de animais atropelados no meio-fio. Desde os cachorros e gatos, passando pelas emas e dependendo do lugar você verá patos, capivaras, quatis, tamanduás, tatus, cobras e toda e qualquer espécie de animal que tenha falhado na tentativa de atravessar a estrada, seja ela movimentada ou não. Foi indo para Santa Cruz do Xingu por um rodovia qualquer que eu vi um bezerro morto. Seu corpo jazia no meio da estrada, ossos quebrados mas o couro ainda intacto, significando que o atropelamento ainda era recente. Seu pescoço quebrado fez com que o bezerro morresse olhando para cima, com seus olhos opacos encarando o céu nublado, poucas moscas rondavam seu focinho. A cena do pobre bezerro já era suficientemente impactante, me sensibilizo com qualquer animal atropelado, ainda mais em uma estrada tão vazia e tão distante. Só que havia uma vaca na beira da estrada. Com suas tetas cheias ela observava com seus olhos triste

Fumaça Não Identificada

O começo da Avenida Itália fica num lugar alto, que proporciona uma visão ampla do céu. Não da cidade, porque existem algumas construções na frente. O céu estava em um azul profundo com alguma nuvens esparsas na frente. Observei lá na frente um pequeno rastro branco de fumaça. Lembro quando eu era pequeno e pela primeira vez vi uma formação assim no céu. Pensei que era fruto de alguma Esquadrilha da Fumaça, ou algo assim, mas meu pai me explicou que isso acontecia com os aviões normais. Algo sobre condensação do ar, já nem me lembro. Pois, era uma fumaça de avião. No entanto, a fumaça não seguia uma linha horizontal, como é normal nos aviões. Era um pequeno rastro vertical. Segui adiante até a Avenida das Torres e o rastro de fumaça estava a minha direita agora. E ele aumentava lentamente. Foi observando aquilo a medida em que chegava até o Jardim Universitário, e a fumaça já estava na minha frente. Provavelmente já estava no chão. O que seria? Um avião em seu pouso mortal?

O crescimento do congestionamento

No período das festividade de fim de ano, a cidade está vazia. Metade da população está curtindo a vida adoidado em lugares turísticos e os que poucos que restam na cidade podem curtir um trânsito bom. Trajetos encurtados pela metade, semáforos vazios, lugares para estacionar. Uma maravilha. A medida que o ano vai começando, o movimento vai crescendo dia-a-dia. Não, os carros dos ausentes durantes as festas não voltam de uma vez só. A cada dia uma pequena leva volta até a cidade. Alguns já estão aqui no dia 2, outros voltam na primeira segunda-feira útil, outros deixam a volta para depois da primeira quinzena e as mais variadas férias vão terminando até os primeiros dias de fevereiro. Dessa forma, no dia 2 você já vê três carros esperando para cruzar uma rotatória. Na segunda-feira já eram 8, na semana seguinte já passávamos de vinte e o inferno já estava de volta desde ontem, com tendência a piorar até o final do mês. Na rua do Sesi Park, o congestionamento matinal foi voltando

O Gato na Janela

Observo a gata que agora mora com minha namorada e que deve ter menos de dois meses. Minúscula, poderia guardá-la dentro de um tênis meu. Mas é inegável ver que ela evoluiu neste pouco menos de um mês que ela habita a casa da minha namorada. Mais esperta a cada a dia, ela agora sobe no sofá, sobe no apoio do braço e até sobre o apoio da cabeça. Fica de lá observando a imensidão do mundo em sua pequenez. Olho a Runna no topo do sofá e de súbito sou tomado por uma imagem do futuro e a imagino daqui a cinco anos, grande, no mesmo lugar ainda observando o mundo. Penso que daqui a 10 anos, ainda irei no apartamento da minha namorada e verei a gata no mesmo lugar. Que de hoje em diante, toda vez essa cena irá se repetir. Lembro da gata aqui de casa que já está com quase 10 anos e lembro que uma época ela sempre ficava parada na janela observando o mundo lá fora, não vendo mais nada além do que estava na sua cabeça. Com o tempo ela abandonou esse hábito. A gata aqui de casa tem o costume

John x Paul x George

Não há como negar que os três Beatles compositores foram corajosos no começo de suas carreiras-solos. George Harrison lançou um disco triplo, com pelo menos dez canções excelentes, como se quisesse mostrar do que ele era capaz e o que não o deixavam fazer. John Lennon exorcizou seus demônios internos em canções cruas e sofridas. Paul McCartney teve a coragem de limpar a gaveta e gravar um disco sozinho, com um punhado de besteiras e quatro boas canções. É claro que o fim dos Beatles não foi amigável. Os últimos anos da banda, após a morte de Brian Epstein, foram marcados por vários abandonos temporários de um dos integrantes e quando o sonho acabou em meados de 1970, havia um clima de ódio entre alguns membros. Principalmente entre George Harrison e Paul McCartney e futuramente entre John e Paul. (Ringo não. Ringo tocou bateria nos discos de George e de John e não no do Paul. Talvez isso diga alguma coisa também). (As coisas parecem que não estavam boas entre John e George, mas logo

Os dois filhos de John

Se eu fosse filho de John Lennon, a última coisa que eu tentaria é ser cantor. Pensaria em ser jogador de futebol, pintor, frentista ou faxineiro. Jamais cantor. Porque minha carreira sempre seria comparada com a do meu pai. E pior, por mais que eu pudesse ser um grande músico, meu trabalho jamais seria reconhecido da maneira correta. Sempre falariam que meu pai era meu melhor (e como ser melhor que seu pai quando seu pai era o John Lennon?) e ainda diriam que eu só estava ali por ser filho de quem eu sou. Por outro lado, existem alguns benefícios. Você sempre terá as portas abertas no meio e o sobrenome irá atrair a curiosidade de muitas pessoas e, vai que elas gostam. Bem, como eu não sou filho de John Lennon e seus filhos não pensam como eu, eles resolveram seguir carreiras musicais. Julian (filho do primeiro casamento de John) e Sean (filho de Yoko) lançam seus discos aqui e ali e tentam de alguma forma sair da sombra do pai. Julian lança discos de maneira irregular desde os an