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Mostrando postagens de junho, 2013

Todos juntos, vamos?

No dia em que o Brasil estreou na Copa de 1994 fui pego de surpresa ao ser liberado mais cedo da aula. De fato, não havia me ligado que o Brasil jogaria naquele dia e estranhei ainda mais que, quando fomos liberados, o pátio já estava cheio de pais que foram buscar seus filhos, inclusive minha mãe. Como é que todos sabiam disso? Onde é que eles haviam combinado? Vale lembrar que na época não existia Facebook. O jogo da seleção era um evento nacional que reunia pessoas em volta da televisão. Tive a certeza naquele dia de que ninguém morria em hora de jogo do Brasil na Copa. Aliás, jogos da seleção pareciam ter uma certa importância. Me lembro de jogos das Eliminatórias, Copa América, aqueles torneios amistosos excêntricos disputados na Europa, incluindo um esquizofrênico Torneio disputado na França em 1997 que foi vencido pela Inglaterra. Ou as trágicas Olimpíadas perdidas para Nigéria de Kanu, ele é perigoso. Para a Copa de 1998 eu já tinha noção de que o país parava para assistir

Man, algumas coisas nunca mudam

Em meio ao barulho dos carros que passavam na Fernando Corrêa, aquela melodia vindo de dentro do colégio me chamava a atenção. Uma música perdida dentro da cabeça, dessas que você não escutava a algum tempo. Assim que virei a esquina e os carros ficaram um pouco para trás consegui reconhecer: "Totaly Crazy, forget I'm a lady". Como era o nome dessa música mesmo? O refrão me responde "Man, I feel like a woman". Shania Twain cantava essa música. Um hit de 1999, 2000. Música que todas as meninas escutavam, e achavam graça. Um hino feminista, de liberdade das mulheres? Não tenho a menor ideia. Acho que apenas gostavam do ritmo, "é gostoso pra dançar", como falam hoje em dia. Aliás, As meninas mais bonitas da turma sempre dançavam essa música, mexendo com a imaginação dos pobres meninos da sexta-série. Olho para dentro do colégio e vejo: meninas da sexta-série dançando essa música. O pop descartável prevê que a canção de sucesso de 1999 seja completamen

Maldita seja a minha opinião

Foram anos e anos de repressão por parte de um governo autoritário que cerceava a liberdade de expressão de todo e qualquer cidadão. Aliado a isso, não era fácil tornar sua opinião pública, além da mesa de jantar com a família ou da roda de bar com os amigos. Imagino que não era fácil conseguir um quarto de página fora do centro ótico para falar sobre o que quer que você quisesse. A internet resolveu em parte esse problema. Você pode criar um blog, um site, para publicar suas opiniões. Pode emiti-la em 140 caracteres no Twitter ou em infinitos toques no Facebook. Você pode falar sobre manifestações políticas, eleições, futebol, novela, Big Brother, alienação da sociedade de consumo ou monopólio dos meios de comunicação. Pode montar seu palanque virtual. Beleza, porque todo mundo tem direito a opinião e essa não é uma conquista fácil de todos os nossos ancestrais. Mas eis que uma hora enche o saco o fato de todo mundo ter uma opinião. Dar opinião na internet acaba virando uma espé

A razão de cada um

*Artigo meia boca pro site do Centro Burnier Eu não entendi e tenho a impressão de que você também não entendeu. A imprensa, professores, políticos, todos estão gastando seus neurônios tentando desvendas os motivos que levam milhares de pessoas as ruas em diversas cidades brasileiras. Os jornalistas não sabem nem como chamar as manifestações. É contra o aumento da tarifa de ônibus? Contra os gastos para a Copa do Mundo? Qual é a importância dos 20 centavos? Todo mundo tenta entender. Tenho para mim que essa manifestação é sim contra os 20 centavos, mas é também contra a qualidade do transporte público, contra a PEC 37, contra os gastos com estádios para a Copa do Mundo, contra a violência policial, a corrupção, contra a falta de saúde de qualidade, educação de qualidade, para que as pessoas não escutem música sem fone de ouvido no ônibus, para que o Hulk não seja mais titular da seleção brasileira. Sim, todas essas reivindicações estavam em cartazes nas ruas. Diria que cada uma d

Pensamentos sobre "Se Beber Não Case"

"Se Beber não Case", o primeiro filme de 2009, era muito engraçado. Poucas vezes ri tanto em uma sala de cinema. Já o segundo filme da série era bem ruim e o terceiro, lançado nesta semana, pode ser considerado apenas fraco. Fora o desgaste natural que qualquer "trilogia" sofre, quando as continuações são feitas apenas para ganhar dinheiro, existem alguns motivos para que o segundo e o terceiro filme não sejam bons. O primeiro Hangover era sobre as besteiras que todos fazem quando ficam bêbados. Você vai para uma despedida de solteiro em Las Vegas e de repente acorda em um quarto de hotel destruído e descobre que lá dentro estão uma criança, uma galinha e um tigre. E pior, o noivo sumiu. Na busca por esse noivo desaparecido, os amigos reconstroem os passos da noite anterior e  descobrem que um deles arrancou um dente e se casou com uma prostituta, que eles roubaram um tigre do Mike Tyson e o carro de um policial, sequestraram um criminosos chinês e gastaram uma