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Mostrando postagens de março, 2010

Andei Escutando (8)

AC/DC – Back in Black (1980) : Para cada riff memorável que constituí um hino do Rock, há uma música chata que abusa dos clichês. Ou seja, para cada Rock’n’Roll Ain’t Noise Pollution , existe uma Let me put my Love into you . O disco não é consistente, mas é inegável que os bons momentos são divertidos. Melhores: Hells Bells e Back in Black . Doves – The Last Broadcast (2002): O som do Doves sempre passeia entre o rock eletrônico, as baladas no piano e um som meio ambiente. Há momentos para dormir, mas no geral é um bom disco. Melhores: Words e Satellites . Grateful Dead – American Beauty (1970): Um dos melhores discos de folk-rock da história. Preguiçoso e belo. Enquanto eles eram uma banda psicodélica, eram realmente chatos. Mas parece que nesse estilo eles se encontraram. Valeu ter dado uma chance. Melhores: Box of Rain e Attics of my life . Love – Da Capo (1967): É, sem dúvida, um bom disco. Mas não tem metade da beleza do seu sucessor, o excepcional Forever Changes . O prin

Top 8 - Interpretações

Um bom cantor não necessáriamente é um grande interpréte. Não basta ter uma bom timbre, um bom alcance na voz. É preciso sentir a música e transmitir isso de algum jeito. Existem os grandes interprétes e também existem aqueles que acertam de vez em quando, ou até mesmo uma vez. A seguir, oito interpretações musicais, na minha opinião, inesquecíveis. 8 Mick Jones em Train in Vain, do The Clash A música que começa com o ritmo de um trem no trilho, atinge outro patamar graças a interpretação insegura e com o vocal dobrado. O tema é a desconfiança do fim de um relacionamento. Traições, ultimatos, ameaças. Todas inseguras, como esses momentos são. "But you don't understand my point of view. I suppose there's nothing I can do" 7 Liam Gallagher em Don't Go Away, do Oasis A mãe do vocalista e do seu irmão e compositor da canção, Noel, estava com suspeita de câncer. Diante dessa situação o pedido é "não vá embora". Liam canta prestes a chorar (dizem que ele realm

Free as a Bird / Real Love

Free as a bird é uma das músicas mais emocionantes da história. Há uma magia indescrítivel na reunião póstuma dos Beatles. No reencontro dos quatro, mesmo com Lennon morto. Há a ajuda da bela melodia de John, um belo solo de guitarra de George. Mas, mesmo que temporária a volta pareceu existir. Free as a Bird dá a noção de como seriam as músicas dos Beatles, se o sonho não tivesse acabado em 1970. E ah, há ainda o grande clipe. Fantástico para os beatlemaníacos. É sempre divertido tentar perceber todas as referências. Enfim, Free as a Bird poderia aparecer como sinônimo de nostalgia no dicionário. Real Love não tem o mesmo efeito, apesar de ser uma música tão bela quanto. A explicação é dada no Anthology: Real Love já era uma música praticamente pronta, não havia muito o que fazer.

Aqueles que encantam

Como sãopaulino meus primeiros ídolos no futebol foram jogadores do São Paulo. Raí, Zetti, Palhinha, depois França. É normal gostar daqueles que jogam no seu time e desprezar os que jogam no adversário. O impressionante é quando alguém que joga futebol te encanta, jogando num time para o qual você não torce. A primeira vez que isso aconteceu comigo, foi com Hagi na copa de 94. Eu me impressionava vendo aquele romeno habilidoso, que colocava a bola onde queria. Era capaz de gols espetaculares, lançamentos, passes precisos. Seu pé esquerdo podia fazer qualquer coisa. Até hoje torço pela Romênia em competições internacionais, por conta de Hagi. Me decepciono com a atual geração, muito fraca. Me decepcionei vendo o futebol horrível da equipe na Euro 08. Depois foi Bergkamp. O Holandês marcou um dos gols mais espetaculares que vi. Aos 44 do segundo tempo, nas quartas de final da copa de 98 ele recebeu um chutão do outro lado do gramado. Dominou a bola cortando o zagueiro argentino e friamen

Figuras de Linguagem

É aquela história. Se você sabe que está utilizando uma figura de linguagem, você é um gênio. Se não, é um idiota. Aprendi figuras de linguagens na oitava série. Lembro-me que foi por volta do terceiro semestre e também lembro que me apaixonei por figuras de linguagem. É algo aparentemente tão idiota, tão desprezível, mas que me despertou um brilho nos olhos. Ás vezes eu me apaixono pelas coisas idiotas. Eu gostava ainda mais do nome. Zeugmas, Anacolutos, Antonomásias. Houve época em que eu sabia explicar uma por uma, o que cada uma significava. Hoje já não é assim. Mas eu adoro usar figuras de linguagens nos meus textos. Principalmente àquelas, que parecem um sinal de burrice. Era um fã discreto de aliterações, assonâncias e outras relacionadas a sonoridade das palavras. Não gostava muito das Antonomásias (é brega ficar falando "o Rei do Rock") ou hipérbole (só me ajudou na minha monografia) e acho que metáfora virou clichê. Acho Metonímias comuns. Assim como Zeugmas e elips

Um olho na grande estrela

A notícia do ataque cardíaco que causou a morte de Alex Chilton, principal compositor do Big Star, não irá aparecer em grandes jornais e nem ganhará destaque nos sites da internet. O seu coração parado não terá a mesma relevância do coração parado de Michael Jackson. De certa forma essa era a sina do Big Star. A maior banda do rock, jamais descoberta. Lançaram apenas três discos, colecionaram fracassos, decepções, brigas e no fim se transformaram em apenas um mito underground. As origens do Big Star são de Memphis, mesma cidade de Elvis Presley. Mas essa é a única semelhança. O primeiro disco da banda, #1 Record (1972), é uma das maiores estréias da música pop. E ninguém ouviu. A banda conseguiu boas audições nas rádios, mas a gravadora não foi capaz de montar uma estratégia de distribuição dos discos. Resultado: algumas pessoas até queriam comprar o álbum, mas não conseguia achar. Os poucos sortudos que conseguiram, tiveram o privilégio de escutar lindas baladas como Thirteen e The Ba

A trilha sonora de I Am Sam

I am Sam ou “Uma lição de amor” é um belo filme. Sua trilha sonora também se destaca, cheia de covers dos Beatles feitas por artistas famosos e outros nem tanto. Comentários sobre elas. Aimee Mann e Michael Penn fizeram uma boa versão de Two of us. Praticamente idêntica a original. Também parecida com a original é a Blackbird de Sarah Mclachlan . Única diferença é que ela exagera um pouco nos vocais. A primeira versão mais diferente está na conta de Rufus Wainwright e sua Across the Universe. Como é característica do artista, a música ganha um ar de canção de barzinho, ao invés do clima bucólico-hippie da original. Os Wallflowers foram bem na versão de I’m looking through you. A música combina com a banda, e ganhou uma roupagem levemante mais folk do que a original. Na seqüência Eddie Vedder também faz uma boa versão de You’ve got to hide your Love away. A gaita entrou bem no lugar da flauta original. Na medida do possível Ben Harper fez uma boa versão de Strawberry Fields Fore

Jogos perdidos

Existem os grandes jogos de futebol que você viu, e também os que você não viu. Os jogos inesquecíveis, que você queria ter visto, mas que alguma coisa impediu. Meu pai fala de Brasil X Inglaterra na copa de 70. Um dos maiores jogos da história. Foi num dia 7 de junho, o dia em que Arizinho morreu. No caso, um primo do meu pai, dois anos mais velho, que morreu em um acidente de carro. Perdeu o controle e bateu em uma mangueira, a barra de direção entrou no seu peito. A notícia veio no meio do jogo, que acabou para a família naquele dia. Eu vi todos os jogos da copa de 98, pelo menos um pedaço. Fosse Chile x Áustria, que começava quando ainda estava em aula. Em 2002 eu perdi vários jogos. O sono foi mais forte em África do Sul x Eslovênia e (infelizmente) Suécia x Senegal. Para outros jogos eu acordei em cima da hora. Acompanhei só o fim do sofrimento francês e argentino. E em alguns jogos, eu estava na aula. Argentina x Inglaterra foi acompanhada por um emocionante bolão, atualizad

Fase Ruim

Olho no CH3 e vejo. Faz tempos que não faço um texto realmente bom. Gostei de 70% dos textos que escrevi entre novembro do ano passado e o final de janeiro. Textos que eu escrevia com facilidade, sobre temas absurdos que brotavam espontaneamente. Ultimamente tem sido uma dificuldade. Olho este blog e sinto que não escrevo nada de releavante desde o começo do ano. É complicado. Tem fases em que as palavras não aparecem.

Nomes de música

Strawberry Fields Forever é, para mim, a música mais sensacional de todos os tempos. Há algo de surreal e sinestésico na melodia, nas guitarras, no melotrom da introdução. É uma música que parece ter cores, cheiro e textura. E há o nome. Strawberry Fields Forever. As três palavras juntas soam bem. E o que ela significa? Só o nome da música te dá vontade escutar. Existem outras músicas dos Beatles com nomes sensacionais. Como: While my Guitar Gently Weeps, She Came In Through the Bathroom Window e You've got to hide your love away. Existem outras bandas que dão bons nomes para músicas como o Oasis (Don't look back in anger, The Importance of Being Idle, The Shock of The Lightning), Led Zeppelin (The Song Remains the Same, o BRMC (As Sure as the Sun, Still Suspicion Holds You Tight) e Bob Dylan (Positively 4th Street, Visions of Johanna, Just Like Tom Thumb's Blues, Workingman's Blues #2 e Beyond Here Lies Nothin'). Os nomes citados são longos, mas existem casos em qu

Bobagens sobre o Oscar

Talvez o Oscar seja superestimado, seja realmente um prêmio mais comercial do que artístico. Mas é fato de que já virou clichê criticar o Oscar por isso. Talvez o prêmio exista para isso... premiar o filme comercial mais artístico... ou, o que seja. Fato é que é o mais famoso. Alguns pensamentos. 1) Há anos em que a disputa envolve grandes filmes. Como em 2008 com "Sangue Negro" e "Onde os fracos não têm vez". Anos bem medianos, como no ano passado em que o filme dos indianos ganhou do péssimo filme do bebe velho. E anos horríveis como no ano em que a disputa ficou entre Gladiador e "O Tigre e o Dragão". 2) Nem sempre os grandes atores ganham os prêmios nos seus melhores filmes. Al Pacino perdeu com "Um Dia de Cão", "Poderoso Chefão", "Scarface" e ganhou no papel do cego canastrão de "Perfume de mulher". 3) O Mesmo vale para diretores. Martin Scorsese perdeu com Taxi Driver, Touro Indomável, Gangues de Nova Iorque, A

Cortar cabelo

Quando eu era pequeno, cortar o cabelo era uma pequena tortura. Primeiro, por lavar o cabelo. Nada contra a água. Mas sim contra as torturantes cadeiras de lavar o cabelo. Nas quais você fica com o pescoço virado pra trás, e aquele plástico duro machuca o pescoço. Depois vinha o momento de cortar o cabelo com aquela tesoura pontilhada. Era o de menos. O pior mesmo era secar o cabelo. Aqueles grandes secadores que quando chegavam perto do couro cabeludo, queimavam. Tinha também a tortura psicológico da hora de raspar o pezinho. Um simples movimento e seu pescoço poderia ser degolado. Psicologia infantil é sempre marcante.

A final da Copa de 70

A final da copa de 70 é um jogo histórico por diversos motivos, como a posse definitiva da taça Jules Rimet. Até por isso a primeira Copa no México foi considerada o fim de uma era. A seleção brasileira foi a primeira a ser campeã ganhando todas as seis partidas e é considerada a melhor da história. O Placar de 4x1 é clássico e os gols, principalmente o quarto de Carlos Alberto, já foram repetidos a exaustão. Quase 40 anos depois, vi pela primeira vez o jogo, na ESPN, e anoto algumas observações. 1) A copa de 70 foi a primeira recheada de resultados chatos. O grupo 2 por exemplo, teve só 6 gols nos 6 jogos. Muitos jogos foram disputados no calor e na altitude. Mas, vários dos jogos a partir das quartas de final estão na lista dos maiores das histórias dos mundiais. 2) Muito se fala sobre o ritmo do jogo. Era sem dúvida mais lento, mas não é nada tão impressionante. Havia alguma marcação na saída de jogo e depois, só na defesa. O meio de campo dava um espaço absurdo. Gerson podia caminh